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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Uma conversa com os pais (Lc 2,36-40) (30/01/09)

        No evangelho de hoje, a profetisa Ana, uma viúva de 84 anos, ao ver Jesus, reconheceu o messias, libertador de Jerusalém. Detalhe: Jesus ainda era um bebê de colo, com poucos dias de nascido. E a passagem termina dizendo que "o menino crescia forte e cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele."

        Eu sei que muitos pais e mães lêem ou são orientados por pessoas que lêem esses textos que escrevemos aqui. A reflexão de hoje foi pensada para vocês: pais e mães.

        Como professor universitário, eu lido diariamente com seus filhos em uma idade na qual eles pensam que são vividos demais, porque já passaram por muitas experiências na vida, já votam, já são responsáveis por seus atos e já são universitários. Alguns bebem, fumam, tem namoros "quentes", viajam, saem e chegam em casa a qualquer hora, tem carro, dinheiro dos pais, e um vazio que nem eles sabem que tem...

        Essas "crianças grandes" não sabem o valor das coisas materiais, nem das espirituais. E muitos pais só percebem isso quando já é tarde demais. Pois passaram a vida inteira mimando seus filhos, dando tudo o que eles pediam, queriam, exigiam... Para quê? Para poderem também ficar livres para fazerem o que querem ou precisam fazer. Vou contar uma coisa a vocês, pais, quando uma criança recebe tudo o que quer, sem nenhum esforço, ela não aprende uma importante lição: que existem limites.

        Não quero escrever um manual de auto-ajuda. Quero apenas relatar minha experiência como educador, para que as crianças da nossa geração cresçam fortes e com sabedoria, com a graça de Deus, assim como Jesus cresceu. Mas para isso acontecer, é preciso que os pais desempenhem seu papel de pais. Os filhos se espelham nos pais! Se eles não tiverem os pais para se espelharem, vão se espelhar em quem? Nos personagens da televisão, nos colegas da escola, da rua...

        Não posso dizer que os meus pais dialogavam comigo e com meus irmãos quando éramos crianças, mas eles fizeram algo que nos deu um norte: nos levaram para a igreja desde pequenos. Isso fez toda a diferença. As minhas amizades eram saudáveis, os adultos que me influenciaram eram responsáveis e corretos, e os incentivos que eu recebi foram para que eu me esforçasse para dar o melhor de mim naquilo que eu fizesse.

        Vocês acham que a maioria dos jovens de hoje se importam com alguma coisa? Que eles se esforçam ao máximo para fazer valer à pena o que foi investido na educação deles? Eles recebem várias lições de moral dos bons professores. Serve para alguns, mas a maioria é influenciada pelos próprios colegas, que também não recebem elogios, incentivo, nem atenção dos pais. Inclusive isso é algo que muitos desses jovens dizem: "meus pais cobram muito de mim" e "eu não recebo incentivo dos meus pais".

        Você se acha um pai/mãe que ao pagar a faculdade do seu filho(a) já está fazendo a sua obrigação? Pois eu digo que não está. Do mesmo jeito que ao pagar a alfabetização e as primeiras séries a sua tarefa de pai/mãe ainda não foi cumprida, pois seu filho(a) precisa do seu apoio, incentivo, e dos seus elogios.

        Ao ser elogiado, seu filho vai tomar para si a responsabilidade de manter o bom nível dos estudos. Imagine como Jesus, criança, se sentia ao ser considerado o libertador do seu povo... o rei dos judeus! Imagine como seu filho vai se sentir importante ao receber o seu reconhecimento pelo esforço pelo que ele fez. E a boa notícia é que, mesmo depois de crescido, isso funciona.

        Então não espere chegar ao final do período escolar/universitário para se interessar pelas notas que ele tirou... Se interesse pelos meios e não pelos fins, pois é desse jeito que eles devem ser educados e formados para a vida.

 

Jailson Ferreira

jailsonfisio@hotmail.com

www.reflexaoliturgiadiaria.blogspot.com



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