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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O cego de Jericó (Mc 10,46-52) (25/10/09)

Primeira Leitura (Jeremias 31,7-9)

         Porque isto diz o Senhor: Lançai gritos de júbilo por causa de Jacó. Aclamai a primeira das nações. E fazei retumbar vossos louvores, exclamando: O Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel.

         Parece que o Brasil também foi aclamado a primeira das Nações. Fomos escolhidos para sediar a Copa de 2014 e em 2016 as Olimpíadas. Sem dúvidas isso é, motivo de grande honra e alegria para nós brasileiros da terra do futebol.  Vamos rezar para que tudo ocorra dentro do esperado, com muita paz, respeito pelas várias nacionalidades participantes de todos os eventos esportivos, tudo isso num clima de reconciliação, alegria, não nos esquecendo de agradecer a Deus por tanta honra.

        Porém, esta euforia, esse clima de colaboração, de trégua na violência, talvez não dure muito. Assim que terminar as competições tudo poderá voltar ao que era.

        Por isso, prezados irmãos. Vamos pedir a Deus para que Ele faça com que esses eventos esportivos nos tragam o fim da incerteza e da insegurança por causa da violência, nos faça ver no outro, um irmão e não um inimigo a ser devorado. Para que possamos dizer também com alegria que  O Senhor salvou o seu povo, que depois da Copa e das Olimpíadas o Brasil realmente seja outro. Que o Brasil mude. Mude para melhor!    

 

Segunda Leitura (Hebreus 5,1-6)

         O autor está mais uma vez identificando Jesus como sumo sacerdote, mas não expli­cou nem justificou essa idéia. Agora ele o faz de um jeito retórico clássico, definindo o que o sumo sacer­dote é, mostrando como definição que se adapta a Jesus. É importante reconhecer a estrutura usada pelo autor para esses seis versículos. Primeiro, ele define o sumo sacerdote, dando três qualificações que extrai da interpretação das passagens do Pentateuco relati­vas ao culto israelita. O sumo sacerdote é o descen­dente de Levi descrito ali e, embora historicamente não se qualifique, mesmo assim Jesus preenche as condições apropriadas. As qualificações são descritas nos vv. 1-4: 1) o sumo sacerdote é es­colhido entre os seres humanos e os representa nos sacrifícios que oferece; 2) é capaz de desempenhar sua missão representativa porque compartilha a fra­queza humana e 3) é chamado a essa honra por Deus, não por sua livre escolha.

 

EVANGELHO (Marcos 10,46-52)

         A cura do cego Bartimeu conclui essa parte exigente do drama do Evangelho de Marcos, assim como a cura do outro cego (8,22-26) concluiu os capítulos de "pão e cegueira". Em contraste com o primeiro cego, trazido a Jesus por outros (8,22), Bartimeu põe-se a gritar por iniciativa própria: "Filho de Davi, Jesus, tem compaixão de mim!". O título que dá a Jesus, "Filho de Davi" indica que ele, mendigo, apesar de cego, vê quem Jesus é com mais clare­za do que os discípulos e a multidão que têm estado com Jesus o tempo todo! A expressão - Filho de Davi  refere-se a esperança secular do povo de Israel,  de que Deus enviaria um Salvador.  E aquele homem, embora cego,  percebeu, pela luz do Espírito de Deus, que Jesus era a realização desta esperança.  Foi por isso que o cego tinha toda certeza de ser curado, de ser atendido pelo Filho de Deus.

        Embora algumas pessoas tenham  tentado fazê-lo calar-se, o cego não desistiu. Ele se levanta estende os braços e grita insistentemente, como deveríamos fazer em nossas orações diárias. Pedir com insistência e muita fé. E, porque insistiu, ele conseguiu. Jesus manda os discípulos chamá-lo para mais perto. Bartimeu responde com grande entusiasmo e vem até Jesus. É a única pessoa no Evangelho de Marcos que chama Jesus de "Rabúni".  Quando o cego chamou Jesus de Rabbuni, ou seja "meu Senhor", demonstrou toda  sua confiança e fé.  E foi esta fé que o salvou. (Esta maneira especial de dirigir-se a Jesus aparece no Novo Testa­mento apenas aqui e em Jo 20,16, quando Maria de Magdala encontra Jesus ressuscitado perto do túmulo vazio.)

        No Evangelho de Mateus, a história paralela tem dois cegos que pedem a ajuda de Jesus; e, mo­vido pela compaixão, Jesus lhes tocou os olhos (Mt 20,33-34). Aqui, na versão de Marcos do incidente, Jesus não precisa tocar Bartimeu. Nem mesmo pre­cisa dizer "A tua fé te salvou!" (como Lucas traz, em 18,42), porque o grito e as ações de Bartimeu revelam sua profunda fé. Jesus é seu mestre! É exa­tamente essa profunda confiança em Jesus que Marcos quer evocar dos destinatários cristãos de seu Evangelho.

        Quando o cego recebeu imediatamente a visão e começou a seguir Jesus "pelo caminho", Marcos apresenta uma suave transição para a parte seguinte do Evangelho (isto é, o fim da estrada, Jeru­salém e o calvário, caps. 11-15). Mais importante, entretanto, é que ele oferece a sua comunidade a esperança e o exemplo encorajador desse discípulo primitivo de Jesus (a frase "seguir Jesus pelo cami­nho" era designação comum para o discipulado na Igreja primitiva). Conseqüentemente, depois que Marcos apresenta os ensinamentos bastante difíceis de Jesus sobre a atitude cristã para com o divórcio, a riqueza e a ambição (antes, no capo 10), essa história de milagre e discipulado torna-se o chamamento com novo ânimo de Marcos aos leitores cristãos em sua situação, em seu caminho da cruz.

        O pior cego é aquele que não quer ver. Aquele cego enxergou  com  a alma, ou com o cérebro? Ou com os olhos da fé? Não sei. Só sei que foi através da luz do Espírito de Deus, que o fez ver, enxergar Jesus, O Messias, o próprio Deus encarnado, capaz de tudo, inclusive de curá-lo. As pessoas que rodeavam O Mestre, não tinham percebido com a mesma clareza, que Jesus era o enviado do Pai. É a cegueira da alma, a mesa que impedia os fariseus de ver Jesus como o Filho de Deus. É a mesma cegueira que impede muitos de nós de ver Jesus caminhando do nosso lado, ou nos chamando para segui-lo. É a mesma cegueira que nos impede ver Deus na chuva, na luz do Sol,  nas nuvens, no verde das árvores, no cantar dos pássaros, no irmão, principalmente aquele que nos estende a mão e com a voz rouca de fraqueza,  nos pede uma moeda, por vergonha de pedir o suficiente para comprar um prato de comida para matar a sua grande fome.  E pode ter certeza! Foi o próprio Jesus que te estendeu a mão! Não o ignore, não o condene a passar mais umas horas com a sua terrível fome,  para que você não seja também ignorado ou condenado um dia.

 

Sal

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5 comentários:

  1. Gostei bastante do comentario do evangelho,foi claro, tocante e bem traduzido para a nossa realidade, pois ainda temos muitos cegos da palavra. Essa mensagem fez com que eu desse uma boa aula de catequese.
    Obrigada e que o Deus lhe continue dando sabedoria e coragem na caminhada da fé.
    Luciene Alves - Campina Grande - PB

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  2. Parabén este blog é ótimo, tenho certeza que a inspiração para escreve-lo é divina.

    Luciana
    Resende- RJ

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  3. Até onde nos vai nossa ajuda no dia de hoje? Podemos realmente confiar que aquela pessoa irá utilizar o dinheiro para comer? Ela esta realmente se esforçando para melhorar? Ou o fato de eu a ajudar já estarei demonstrando que o mundo pode ser melhor? Seria melhor indicar um local em que ele pudesse ser atendido, e ajudar este com trabalho e dinheiro?

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  4. Sou Evangélico e há muito tempo que não vejo uma reflexão do texto do "Cego de Jericó" com contornos tão profundos e inspirativos, devidamente expressa em uma realidade cotidianamente presente em nossas vidas. O conteúdo nos remete a idéia de que realmente existe uma cegueira coletiva a respeito das coisas de Deus. "Esta reflexão traduz-se em um grito de alerta para nos advertir do pecado da nossa cegueira espiritual". Que Deus abençôe o publicista. Amem.

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  5. Obrigado aprende mais com este comentario desejo que o senhor JESUS continue te abencoando.

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