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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Os dez leprosos (Lc 17,11-19) (11/11/09)

        No tempo de Jesus a lepra era uma doença incurável e o leproso era considerado impuro e não podia viver no convívio com as demais pessoas para não contaminá-las. Os leprosos eram condenados ao ostracismo completo, por serem considerados ameaça à sociedade. Jesus mostra seu poder de transpor as proibições so­ciais para ajudar esses renegados. A palavra "lepra" era usada para designar muitas doenças de pele, não só a hanseníase. Era considerada de cura muito difícil. Por isso os portadores da lepra viviam isolados fora da cidade e quando precisassem andar em público, tinham de tocar um sino e avisava aos demais que ali ia passando um impuro para que ninguém se aproximasse dele.

        Quando um portador desse tipo de doença de pele parecia curado, tinha de  apresentar-se aos sacerdotes, que eram os examinadores designados para proteger os interesses da sociedade. Somente eles poderiam autorizar os indivíduos curados a andar no meio dos demais e conviver socialmente.  Jesus não fica afastado como quem teme a con­taminação. Ele toca os leprosos normalmente.

        A cura dos dez leprosos aconteceu exatamente na Samária, lugar de gente desprezada pelos judeus, por seguirem outra religião.  O grupo de leprosos que vem ao seu encontro compõe-se de judeus (galileus) e samaritanos que, por causa da lepra, estavam isolados nas cercanias da cidade. Esse grupo elevou a voz para Jesus à distância apro­priada; tinham ouvido falar de sua compaixão e de seu poder de cura. Jesus simplesmente dá uma or­dem para que eles fossem se apresentar ou mostrar-se aos sa­cerdotes, que tinham a responsabilidade de julgar se um leproso tinha permissão de retomar à sociedade, ou não. Eles obedecem à ordem, indo relatar a cura enquanto ainda não estão curados.

        Só um do grupo volta para expressar gratidão. Atribui a cura a Deus, cantando abertamente seus louvores. A ingratidão dos outros é uma nota disso­nante, mas talvez o fato de um samaritano ser o único a voltar para agradecer fosse mais chocante na ocasião. As palavras finais de Jesus a ele são a mesmas que deu à mulher curada da hemorragia. A fé de todos os leprosos levou a sua cura física; talvez fosse mais que isso para os outros também, mas ao menos para o samaritano, a cura trouxe "salvação", por meio da integridade e um relacionamento apropriado com Deus.

        A maioria, daqueles leprosos, nove deles, não voltaram para agradecer. Isso representa 90 % dos que foram curados que não agradeceram. Atualmente também continua acontecendo o mesmo. Noventa por cento das pessoas não agradeceram a Deus pelas inúmeras graças recebidas durante o dia de ontem.

        Uma vez, um aluno, quando lhe perguntei se tinha agradecido a Deus  na oração da noite, me disse o seguinte: Mas não aconteceu nada! Eu nem ganhei o videogame que meu pai me prometeu...  Então eu lhe perguntei: Você foi assaltado?  Não. Você foi atropelado? Também não. Você Almoçou? Claro. Você teve febre? Não, né? Viu? Eu disse. Viu como você tinha um montão de coisas para agradecer e fez igualzinho  aos nove  leprosos?  Ingrato! Mais Deus te perdoa porque Ele é puro Amor desinteressado.

        Prezada irmã, prezado Irmão. Não se esqueça  de agradecer todo dia. Mesmo quando nada de mais lhe aconteceu, ou mesmo quando algo errado ou mesmo ruim tenha acontecido. Temos sempre muita coisa para agradecer. Por que enxergo, obrigado. Porque tive alimento, obrigado. Porque não fui assaltado, obrigado. Por tudo, obrigado...

 

Sal

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Um comentário:

  1. Olá Sal, Obrigado pela linda reflexão de hoje! Parabéns! O rabalho de vcs nos ajuda muito em nossa Pastoral!

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